Por Helena Gomes

A reitoria da Uerj apresentou as ações desenvolvidas pela universidade para a sociedade no dia 22 de junho no Fórum Alerj, durante o evento “Café da manhã com o Reitor – A atuação da Uerj durante a pandemia de Covid-19”. Além do reitor Ricardo Lodi, este primeiro debate de uma série de encontros também contou com a presença do professor Lincoln Tavares, pró-reitor de graduação, e o professor do Departamento de Geografia Floriano Godinho de Oliveira, que fez a mediação.

Desde o início do isolamento social, as áreas biomédica, tecnológica, ciências sociais e humanidades vêm desenvolvendo pesquisas e projetos para colaborar no combate à pandemia. Entre as atividades, destacam-se a disponibilização de novos leitos e enfermarias voltadas para o tratamento da Covid-19, a ampla testagem da doença nos profissionais de saúde e na comunidade interna, a produção de álcool 70% pelo Instituto de Química para atender as unidades de saúde, a confecção de Equipamentos de Proteção Individual pelo Centro de Tecnologia e o apoio à saúde psicológica, promovido pelo Instituto de Psicologia, para levar o contato dos pacientes às famílias por meio da comunicação digital.

Segundo o reitor Ricardo Lodi, embora as pesquisas sejam intensas, as atividades presenciais ainda estão longe de retornar. Para ele, a pior das hipóteses era voltar ao semestre presencialmente no mês de agosto, mas hoje o Brasil é o epicentro mundial da propagação da doença.

“Nós não poderemos voltar presencialmente como esperávamos no início do segundo semestre. Existirá um momento de transição entre o fim do isolamento social e a normalidade sanitária, quando poderemos voltar ao convívio que antes existia.”

Lodi ainda ressaltou que não terá a transposição de atividades presenciais em atividades remotas, ainda que a situação de isolamento social perdure por mais tempo. Ele afirmou que a Uerj precisa se reinventar e adotar estratégias que possam promover a integração de toda a comunidade.

De acordo com o pró-reitor de graduação, o professor Lincoln Tavares, a reitoria vem buscando algumas alternativas viáveis dentro das condições de infraestrutura que a Uerj tem no cenário de dificuldades financeiras, emocionais e físicas causadas pela pandemia.

“Não só do ponto de vista da pesquisa, mas também das atividades de ensino, resolvemos ampliar algo que já existia na Uerj, que é a utilização de Ambientes Virtuais de Aprendizagem.”

Para superar a taxa de exclusão digital da comunidade acadêmica, Ricardo Lodi disse que foi providenciada a compra de chips com pacote de dados para todos os alunos cotistas da universidade. A reitoria, além das unidades acadêmicas, também está realizando um levantamento sobre as condições de acesso às tecnologias digitais entre seus alunos da graduação, da pós-graduação e do CAp-Uerj, para adaptar os espaços de ensino de forma inclusiva dentro desse cenário de isolamento social. Os resultados da pesquisa vão subsidiar a adoção de políticas que promovam a inclusão digital e a comunicação remota. Para preencher o questionário da pesquisa, basta acessar o site inclusaodigital.uerj.br

Outro ponto levantado no debate foi o Vestibular da Uerj deste ano. O pró-reitor disse que a prova se diferencia dos outros exames de seleção porque busca preservar a vida dos candidatos. Além disso, ela passa por processos como produção, logística e inscrição dos candidatos e essas etapas não podem ser colocadas em risco.

“O cenário que temos pro vestibular ainda é um cenário indefinido. Se você me perguntasse quando vai ser, a minha resposta seria ‘ninguém sabe’, e quem sabe é porque tá divulgando fake news”

No entanto, Lincoln Tavares afirmou que está pensando em alternativas para resolver este problema e outras questões como a dos alunos que foram reclassificados mas ainda não se matricularam e a situação dos estudantes do terceiro ano do CAp-Uerj.