No quarto dia de evento, o ciclo de encontros Uerj com RJ teve como temática “Comunicação da Ciência” e tratou da importância da popularização científica e os seus potenciais benefícios no Estado do Rio de Janeiro em um contexto pós-pandêmico. 

O debate contou com a presença de Ana Cláudia Theme, responsável pela Diretoria de Comunicação Social (Comuns/Uerj), de José Lailson Brito Jr., professor da Faculdade de Oceanografia da Uerj e atual chefe do Departamento de Oceanografia Biológica, de Luis Henrique de Amorim, coordenador do curso de especialização em Divulgação e Popularização da Ciência da Casa de Oswaldo Cruz, e de Sonia Wanderley, diretora do Centro de Tecnologia Educacional da Uerj. O evento foi mediado por Renata Augusta Ferreira, jornalista no Centro de Tecnologia da Informação e Comunicação em Saúde da Fiocruz.

Para introduzir o tema, Renata Ferreira apontou que as pautas tratadas no debate são tanto de interesse regional como nacional. Além disso, a jornalista indicou que a “Comunicação da Ciência” é uma questão-chave contemporânea, mas desafiadora.

Ana Cláudia Theme deu início à participação dos convidados. De acordo com a diretora da Comuns, o momento atual é oportuno para promover discussões sobre o tema no Estado do Rio de Janeiro por estar relacionado historicamente à produção de conhecimento. Theme também retratou que o processo comunicativo faz parte da democracia.

“A comunicação é um direito social tanto na sua dimensão individual, como o direito que cada um de nós tem de acesso à informação, como na sua dimensão coletiva de construção da vida em sociedade. Não há democracia sem comunicação, sem informação, assim como não há cidadania científica sem comunicação.”

O professor da Faculdade de Oceanografia, José Brito, retratou que a sua trajetória acadêmica esteve permeada por uma noção de uma comunicação apenas entre os seus pares. Entretanto, Brito reafirma a importância da divulgação dos conhecimentos da Universidade em uma linguagem apropriada para todo o público, que também é fonte de aprendizado. Para o pesquisador, é preciso que o cientista busque gerar uma identificação com a população, quebrando estereótipos.

Ainda sobre a importância da popularização da ciência, o doutor Luis Amorim expôs que a divulgação científica esteve presente no Brasil desde 1808. Contudo, o pesquisador ressalta uma degradação do Sistema Nacional de Ciência e Tecnologia e do seu apoio. Além disso, Amorim salienta que o negacionismo deve ser visto com muito cuidado para além de uma questão de educação, passando pela política brasileira.

Em conclusão, a historiadora e professora Sonia Wanderley menciona a presença de um estereótipo sobre o meio acadêmico e de uma cultura “bacharelestica”, que representa uma noção equivocada de superioridade do conhecimento universitário. Segundo a diretora do CTE, é preciso quebrar a ideia de uma redoma de vidro. 

“A primeira questão, muito bem colocada, é cientistas, pesquisadores, acadêmicos de uma maneira geral, saírem e se permitirem sair dessa redoma, independentemente de, assim, ‘eu não me sinto na redoma’, ‘eu não sou assim’, mas que a universidade pense nisso como uma função sua. Eu acho que é papel do próprio pesquisador, do cientista, do professor fazendo divulgação científica.”

No final da palestra, os participantes responderam perguntas do público sobre as questões abordadas no debate.

Você encontra a cobertura completa do evento no Canal da TV Uerj, no Youtube. Vale a pena conferir!

Do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Paula Freitas.

Foto: Imprensa / Uerj com RJ