A premiação da 32ª Uerj Sem Muros aconteceu na última sexta-feira, dia 1º de dezembro, no auditório 91, no campus Maracanã. A solenidade entregou prêmios e menções honrosas a estudantes e professores que apresentaram suas pesquisas, projetos de extensão e de graduação no evento, que aconteceu em setembro.

O “Cineclube do Décimo” ganhou o primeiro lugar do Prêmio de Extensão 2023, pelo Centro de Educação e Humanidades. Coordenado pelo professor Affonso Nunes, da Faculdade de Comunicação Social, o projeto tem o objetivo de mostrar a importância do cinema como um instrumento interdisciplinar de aprendizado. Quem trabalha nessa iniciativa é a bolsista Jéssica Lorreine, que se sentiu muito honrada ao receber a recompensa.

“Eu venho de um lugar onde a galera não faz faculdade, então eu me sinto muito honrada por estar aqui. Eu sou professora de pré-vestibular hoje e esse prêmio é tanto pra mim quanto pra eles, pra gente provar que a gente pode! A gente pode ocupar espaços e vencer nesses lugares!”, comemora Jéssica.

Para a reitora em exercício e pró-reitora de Extensão e Cultura, Cláudia Gonçalves, a cerimônia simboliza um rito de celebração acadêmica, de reconhecimento individual e de prestígio coletivo.

“O prêmio é sempre laurear algo. Aqui a gente está premiando as pessoas que mais fizeram coisas boas através de projetos, construindo o bem”, enfatiza a reitora.

Os projetos apresentados na Uerj sem Muros são avaliados no ato do evento e por meio de seus respectivos vídeos, enviados pela internet. Com base no Depext, departamento responsável pelo Prêmio de Extensão, a avaliação tem como base os aspectos audiovisuais, de conteúdo dos trabalhos e referente à qualidade da apresentação. Após isso, são selecionados três projetos de cada Centro Setorial para premiação. Segundo o pró-reitor de graduação em exercício, Ricardo Barros, participar dessas ações tem um impacto crucial na formação profissional e cidadã do estudante.

“As atividades que acontecem no Uerj sem Muros são diversificadas: a Semana de Graduação, a Mostra de Estágios, as premiações de trabalhos de final de curso da graduação, o Programa Pró-docência, que tem a participação dos alunos em curso. Então, realmente, é essencial para a formação do aluno cidadão”, reflete Ricardo Barros.

Mateus Marques, aluno da Escola Superior de Desenho Industrial (Esdi) e bolsista de Estágio Interno Complementar, recebeu menção honrosa por apresentar o projeto “Os desafios da popularização da ciência e da comunicação das universidades do século XXI”, que participou da 21ª Semana de Graduação. Para ele, essa oportunidade complementa os conteúdos aprendidos durante seu curso.

“O Estágio Interno Complementar serve para te dar mais experiência, pra você não chegar perdido no mercado de trabalho e já ter algum gabarito, já ter alguma vivência em relação a área que eu trabalho, que é o Design”, explica o bolsista.

A Uerj sem Muros existe desde 1990 e, ao longo de todos esses anos, apresentou as produções acadêmicas nas diversas áreas do conhecimento para as comunidades interna e externa da universidade. O evento é composto pela Semana de Iniciação Científica; Mostra de Extensão; Semana de Graduação; Feira de Prestação de Serviços; Espaço Ciência, entre outras iniciativas culturais. Por conta da pandemia de Covid-19, o evento não ocorreu em 2020, retornando remotamente em 2021 e, em 2022, no formato presencial.

Em cada edição a Pró-reitoria de Graduação (PR1), Pró-reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa (PR2) e a Pró-reitoria de Extensão e Cultura (PR3) pensam em um tema diferente para o evento. A Uerj Sem Muros de 2023 falou sobre “Igualdade racial, memória e reparação”, homenageando mulheres negras. Para Cláudia Gonçalves, reitora em exercício, referenciar essas mulheres é evidenciar a universidade em um contexto de visibilização, dando o devido crédito ao povo que, de fato, construiu o país.

Além de contribuir para o ensino universitário, Cláudia Gonçalves destacou que os trabalhos apresentados na Uerj sem Muros têm desdobramentos externos que promovem a união entre a sociedade civil e a academia.

“Uerj sem Muros é o projeto mais aberto para a sociedade das universidades brasileiras. Não tem nada parecido pelo fato da gente abrir as portas, trazer escolas para fazer experimentos em outros territórios, fora dos laboratórios. A Uerj sem Muros é uma construção da Uerj de inclusão da sociedade na sua produção acadêmica”, finaliza Gonçalves.

Com colaboração de Lorenna Rocha e Thalyta Mitsue, do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Lorran Rosa.