A previsão do tempo é um artifício presente na vida das pessoas. Seja nos jornais diários ou nos celulares, ela nos ajuda a saber se o guarda-chuva ou o protetor solar sairá de casa. Mas a previsão é precisa?

A meteorologia é a área de estudo que permite a previsão do clima e tempo, através de uma rede de estações de superfícies espalhadas pelo mundo, além de balões, aviões, navios e bóias. Os dados coletados são repassados a um Centro Regional, que no caso da América do Sul é o Instituto Nacional de Meteorologia, com sede em Brasília. Depois essas informações são enviadas para o Centro Mundial mais próximo, em Washington DC, capital dos Estados Unidos.

Com o auxílio desses dados coletados, os meteorologistas são capazes de calcular a temperatura, pressão do ar e umidade. O professor e doutor Lucio de Souza, da Faculdade de Oceanografia da Uerj, explica esse processo.

“Você pega todas essas informações e vai partir para o que a gente chama de previsão. A previsão do tempo é fundamentada muito em modelagem numérica.” “Através da solução das equações de Navier-Stokes com equações da energia termodinâmica”, “se consegue resolver as equações, por exemplo, para a temperatura, e saber como a temperatura vai estar daqui a 24, 48, 72, 96 horas e assim vai”, explica o professor.

‌Além disso, os meteorologistas recebem os dados duas vezes por dia, a cada 12 horas, de acordo com o horário de Greenwich. A partir dos dados coletados, são realizados os cálculos necessários para a previsão do tempo. O professor e doutor Lucio avalia a precisão desse método.

“Eu te diria que, dependendo da época do ano, a previsão para até 4 dias funciona com uma precisão superior a 90%. Ouso dizer que, por exemplo, no inverno para 24 horas, o índice de acerto bate em 100%”, afirma o professor.

Por outro lado, a previsão de chuva é tema de bastante debate acerca de seu índice de acerto. O professor diz como funciona o procedimento.

“Tem sempre alguém de plantão. O profissional vai acompanhar através das ferramentas disponíveis, como radar meteorológico e imagens de satélite, mas principalmente o radar meteorológico. Assim, ele consegue se posicionar.” “É assim que se faz, se isola uma grande área e não necessariamente vai ver a chuva. E aí, às vezes, até passa a percepção para as pessoas que errou. Disse que ia chover forte, mas deu um pinguinho aqui. Não é o caso. Ela caiu em outra região que você não viu. Por isso, se precisa não só de uma estação meteorológica, mas de muitas estações”, comenta o professor.

Apesar de complexa, a meteorologia é uma área importante para o funcionamento das cidades e do dia a dia. É o trabalho de vários profissionais da área que permite que a previsão aconteça de forma precisa.

Do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Guilherme Rezende.