Segundo uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o Sebrae, 11% da população brasileira já caiu no golpe das pirâmides financeiras. Desses, 62% nunca recuperaram seu dinheiro. Um dos casos mais famosos é o da Gas Consultoria Bitcoin, a empresa de Glaidson Acácio dos Santos. Também conhecido como “faraó dos bitcoins”, Glaidson causou um prejuízo bilionário, prometendo rendimento de 10% ao mês  para os investidores. 

As pirâmides financeiras funcionam a partir do recrutamento de novos membros, e o atrativo é a promessa de lucros extraordinários. Quem está no topo do esquema recruta algumas pessoas, que pagarão um valor inicial para entrar. Essas pessoas, por sua vez, recrutarão outras que também pagarão, e assim por diante. O lucro, para quem está no topo, vem desse aporte dos novos integrantes.

Nas décadas de 1980 e 1990, cerca de 30 mil pessoas foram atraídas para um investimento de bezerros em Goiás. O esquema prometia um lucro de até 42% em 18 meses, sem a necessidade de trabalhar. Para o professor em economia da Fundação Getúlio Vargas Ricardo Razuk, investimentos que prometem ganho de dinheiro muito fácil devem ser sempre questionados. Além disso, com o surgimento de novas tecnologias, as redes sociais facilitam que as pessoas caiam nesses esquemas.

“Então, quando você recebe uma proposta de ganho de dinheiro fácil, num país que passa por dificuldades econômicas, e você está passando por dificuldades econômicas, e não tem praticamente nenhuma oportunidade, não tem pensamento crítico, não tem mecanismos de proteção, você vai achar que é a sua oportunidade, né?”

As oportunidades de bons rendimentos financeiros existem, mas é preciso ficar atento para não cair em golpes. O professor da T2 Educação e consultor de valores mobiliários Tiago Feitosa fala sobre instituições seguras para fazer investimentos.

“O caminho com mais opções é através de uma corretora de valores mobiliários. Você vai encontrar opções de investimentos que são oferecidos pelas mais variadas instituições financeiras espalhadas pelo Brasil. Então, através de uma única instituição você pode ter acesso a produtos de várias instituições. Porém, é importante dizer que através dos bancos tradicionais você também tem boas opções. Às vezes em um número menor, mas um número suficiente para o investidor poder tomar decisão.”

Tiago nos revela também que a maioria dos investimentos seguros são fiscalizados por órgãos reguladores, como o Banco Central. No entanto, nem todos que não são regulados são sinônimos de golpe. Um exemplo é o mercado de imóveis, onde o investimento não é regulado, mas também não é inseguro. Para evitar surpresas, o ideal é que o investidor desconfie de oportunidades aparentemente “imperdíveis” e sempre procure mais informações sobre as possibilidades de aplicações financeiras.

Do Rio de Janeiro para Rádio Uerj, Yan Ney.