A atividade física possui papel fundamental quando se trata de manter uma vida saudável e de qualidade. Os exercícios físicos funcionam como um combustível, não somente para o corpo, mas também para a mente dos praticantes. No entanto, ainda que a musculação seja uma atividade segura e recomendada, é importante ressaltar que a execução inadequada dos exercícios pode trazer perigos físicos e musculares a quem pratica.

‌O professor e pesquisador Gustavo Casimiro Lopes, do Instituto de Educação Física e Desportos da Uerj, esclarece sobre a importância do acompanhamento profissional e sobre as vantagens que a musculação pode trazer.

“A musculação é uma atividade considerada segura, uma vez que, assumo, você está praticando a atividade com um profissional bem informado. Não só um profissional, mas um bem informado. Pois assim entendemos que certas práticas ‘esquisitas’ não vão acontecer. É frequentemente mostrado em redes sociais vídeos das pessoas fazendo exercícios que não existem. Então, estou assumindo que nada disso vai acontecer, sendo assim. Hoje a musculação é praticada por pessoas com hipertensão, diabetes, câncer e diversas outras doenças. Os estudos mostram um efeito muito relevante na melhora clínica dessas pessoas. É considerada uma terapia não farmacológica”, explica o professor.

João Gabriel Rosa, estudante de Comunicação Social na Uerj e praticante de musculação há cinco anos, relata como tem visto resultados melhores no seu físico.

“Depois de muito tempo sozinho, eu percebi que estava um pouquinho estagnado na questão de evolução do físico, então decidi começar uma consultoria com um personal online. Ele monta minha série com base nas fotos que eu mando todo início de mês”, declara João Gabriel.

Além dos benefícios à saúde, a musculação proporciona visíveis mudanças estéticas, frequentemente expostas nas redes sociais, fomentando o desejo por corpos “perfeitos”. Por um lado, este fenômeno promove melhorias para a saúde, mas, em certos casos, traz alguns riscos, como o uso de esteroides. A utilização indiscriminada de anabolizantes pode ocasionar o aumento da pressão sanguínea, tumores no fígado e pâncreas e aumento da agressividade, que pode resultar em comportamentos violentos. Em abril, o Conselho Federal de Medicina proibiu a prescrição de esteroides androgênicos e anabolizantes com finalidade estética e ganho de massa muscular. Porém o uso ainda é bastante frequente nas academias. O professor Gustavo Casimiro Lopes alerta sobre as consequências desta prática.

“Pessoas desenvolvem doenças cardiovasculares, algumas têm infertilidade, entre outras diversas condições. Fora aquelas que começam a tornar isso um vício. Você cria um comportamento de vício, a substância em si não tem, necessariamente, um efeito viciante, mas há diferentes efeitos que podem afetar sua saúde cardiovascular e seu humor, por exemplo. Há pessoas que ficam mais irritadas, se já tiverem a propensão. Além dos efeitos masculinizantes que, para as mulheres, são muito problemáticos”, pontua Gustavo.

Para perceber resultados da musculação, é preciso não somente receber orientações de um profissional de educação física, como também realizar um acompanhamento nutricional. Monique Alípio, nutricionista pós-graduanda em Obesidade e Nutrição Clínica e Esportiva, explica como a alimentação planejada fornece energia para os treinos, além de promover a construção e a recuperação muscular.

“Quando a pessoa malha, ela faz o estresse dos músculos. É aí que entramos com a proteína para fazer a reconstrução muscular, fazer os blocos de proteína. A proteína faz a reconstrução das fibras, para que seja possível chegar ao objetivo. Também é necessário fazer a reparação muscular. Após os treinos, não é só fazer a suplementação, a pessoa precisa de uma alimentação completa com grandes fontes de vitaminas, frutas e minerais para auxiliar na redução do estresse oxidativo que ocorreu durante o exercício físico. ‘O que é o estresse oxidativo?’ é o desequilíbrio entre os radicais livres e o antioxidante”, comenta Monique.

É possível obter informações nutricionais seguras mesmo para quem não pode pagar pelas consultas. Através do guia alimentar da população brasileira, disponível no site saúde.gov.br, é possível encontrar recomendações alimentares adaptadas para diferentes faixas etárias e regiões do Brasil.

Do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Amanda Rios.