A Pró-Reitoria de Políticas e Assistências Estudantis (PR-4) inaugurou a sala da coordenadoria do Programa Rompendo Barreiras. O espaço fica no 10º andar do Campus Maracanã da Uerj. A iniciativa é organizada pelo Departamento de Acolhida, Saúde Psicossocial e Bem-estar, e tem como objetivo promover a acessibilidade dos alunos, como explica Rachel Alonso, diretora do setor.

“A proposta do Rompendo é justamente oferecer suporte acadêmico-pedagógico para os estudantes com deficiência ou alunos com alguma dificuldade pedagógica, não necessariamente que tenham uma deficiência. A sala do Rompendo Barreiras é uma sala de recursos voltada para o estudante”, informa Rachel.

O espaço conta com diversas ferramentas que facilitam a acessibilidade, como uma lupa eletrônica, que amplia o texto do papel para uma tela, auxiliando as pessoas com baixa visão, e mouses adaptados para indivíduos com baixa mobilidade com as mãos ou sem elas. A professora Valéria de Oliveira, coordenadora do Rompendo Barreiras, destacou a importância do programa e que a universidade como um todo deve considerar a questão da acessibilidade.

“Ele se torna um locus e um canal para propiciar acessibilidade para garantir a permanência dos nossos estudantes na Universidade da graduação e pós-graduação. Não quer dizer que o Rompendo Barreiras seja o único local que deva se preocupar com acessibilidade, aliás, acessibilidade não deve ser só para os estudantes, tem que ser pra todos, para os técnico administrativos, para os docentes”, declara a coordenadora.

A iniciativa abrange todos os alunos da Uerj, mas eles não são os únicos afetados pela falta de acessibilidade. O advogado Charles de Souza, coordenador jurídico da Comissão da Pessoa com Deficiência da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ), pontuou o principal problema enfrentado pelos deficientes.

“Você pode conseguir passar para uma universidade como a Uerj, como aconteceu com um colega que mora em Queimados, mas não consegue chegar, porque não tem um trem acessível, não tem um ônibus acessível para ele. Muitas pessoas não têm a consciência de também auxiliar e ajudar essa pessoa com deficiência no ir e vir, nesse seu direito de ter acesso”, destaca Charles.

Deficiente visual desde os 21 anos, o advogado se formou na Uerj e afirmou que escolheu a universidade porque sabia que receberia o apoio necessário. Durante a graduação, foi auxiliado pelo Rompendo Barreiras, participando também como bolsista do programa.

Com colaboração de Diogo Miranda, do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Eduardo de Souza.