O Programa de Pós Graduação em Ciências do Exercício e do Esporte, do Instituto de Educação Física e Desportos da Uerj, desenvolveu um projeto de pesquisa voltado para o tratamento da paralisia parcial de pessoas, entre 40 e 70 anos, que já sofreram um acidente vascular cerebral, AVC, ou indivíduos com pressão arterial elevada.

Segundo Sabrina Ribeiro, mestranda e uma das responsáveis pelo projeto, o estudo vai analisar as variações de força isocinética, ou seja, avaliar a força muscular durante um movimento. Além disso, também será verificado o equilíbrio no aspecto neuromotor, capacidade funcional e frequência cardíaca por meio do Mat Pilates, uma modalidade realizada no solo que demanda utilização de poucos equipamentos. De acordo com a pesquisadora, a escolha desse método tem grande contribuição científica, pois, até o momento, há poucos estudos específicos para este segmento, principalmente em voluntários com mais de dois anos de AVC que não são aceitos para cuidados pelo Sistema Único de Saúde, o SUS.

Apesar de ser uma pesquisa recente, Ribeiro explica que os participantes já vem apresentando evolução nos resultados, como a melhora na força muscular, no equilíbrio e na hemodinâmica, ou seja, na circulação sanguínea.

“A gente conseguiu perceber, diferente do que muitos acham, que na perna parética, que é o lado que foi acometido pelo AVC, a gente tem ganho de força isocinética. Só para ter uma noção, esse voluntário específico passou de 108 newtons para 133 na perna parética. Isso corresponde ao tanto de força que ele conseguiu fazer com o quadríceps durante o movimento de esticar o joelho”, esclarece Sabrina.

De acordo com a responsável pelo projeto, é comum que existam cerca de 10% de diferença nos movimentos dos quadríceps, o músculo localizado na região da coxa, em pessoas que não tiveram o AVC. Mas em indivíduos acometidos pelo acidente, esse déficit é maior, devido a dificuldade no envio do comando do cérebro ao membro.

“Não tem o comando nervoso tão bom. Ele estava com 26% de diferença entre os quadríceps, só que agora ele está com 16%. Isso foi um ganho muito grande!”, comemora a mestranda.

Com base no retorno já obtido pela pesquisa, Sabrina Ribeiro explica que o projeto proporcionará mais conhecimento sobre o tema, viabilizando a formação de alunos de graduação, mestrado e doutorado especializados no cuidado de hemiparéticos e hipertensos. Além disso, pelo fato do Mat Pilates ter uma metodologia de execução simples, propicia a aplicação dessa intervenção em um contexto mais amplo da população.

O tratamento acontece presencialmente no campus Maracanã da Uerj, dentro do Laboratório de Atividade Física e Promoção da Saúde, o LabSau, durante 3 meses, sendo 3 vezes na semana, com sessões de 60 minutos. Para participar, o interessado precisa ter independência mínima, podendo se locomover sozinho, conseguir sentar e deitar no chão. Outro requisito importante é ter um laudo médico atestando o AVC e as sequelas causadas por ele. Ao serem selecionados para o tratamento, deverão assinar um termo de consentimento, preencher uma ficha informando as medicações que usam e trazer uma declaração médica permitindo a realização dos exercícios. A pesquisadora convida:

“O projeto não existe sem os voluntários! Então eu, Sabrina Ribeiro, queria convidar todas as pessoas que tiveram AVC há mais de um ano ou os hipertensos para fazer Mat Pilates com a gente!”, convoca a mestranda.

Para ter mais informações e se inscrever, entre em contato com Jeferson Rocha, também responsável pelo estudo, no telefone 02198255-1927 ou pelo e-mail jefersonsilvarocha@yahoo.com.br.

Do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Lorenna Rocha.