Apesar do adiamento do Carnaval, Rosa Magalhães continua a agregar títulos. A carnavalesca recebeu, no dia 21 de março, o título de “Doutora Honoris Causa” pela Uerj, em cerimônia realizada na Capela Ecumênica. O título, que significa “por causa da honra”, é o mais importante conferido pela Universidade e anteriormente foi concedido ao dramaturgo Ariano Suassuna e à jornalista Raquel de Queiroz como forma de reconhecimento pela contribuição da personalidade. Apesar de o título ter sido concedido em uma sessão do Conselho Universitário em maio de 2021, a cerimônia só pôde ser realizada agora devido à pandemia de Covid-19.

Carnavalesca, figurinista, artista plástica, professora e ex-aluna de Letras pela antiga UEG, Rosa Lúcia Benedetti Magalhães soma esta conquista a uma série de títulos no grupo especial, sendo oito no total. A sua importância para a cultura nacional é inegável. Seja na criação de figurinos para escolas de samba como Beija-Flor, Portela e Imperatriz Leopoldinense, seja na direção artística da abertura e do encerramento dos Jogos Pan-Americanos de 2007, o qual a rendeu um Emmy. A doutora é detentora de um legado de grande contribuição para a cultura popular brasileira.

Para Rosa, o recebimento desse título é uma grande honra “Olha, uma honra muito grande. É, realmente, eu não esperava e fui pega de surpresa. Fiquei muito feliz e muito grata com essa honraria, eu agradeço muito.”
A carnavalesca afirma que o seu trabalho vai continuar e que aguarda o resultado do próximo Carnaval “Olha, o título depende do jurado e da Escola, eu fico torcendo para que fique bem localizada, que tenha, que o Carnaval ocorra bem. Hoje, tivemos uma perda grande que foi a Maria Helena, que foi uma porta-bandeira magnífica, mas vamos, aos poucos, se aprumando para seguir em frente. E vamos ver o que acontece, a vida é uma incógnita, né? Mas vou continuar trabalhando por aí, fazendo coisas, já tenho uns planozinhos para ver o que vamos fazer.”

Segundo o professor Luiz Ricardo Leitão, autor de “Rosa Magalhães: A Moça Prosa da Avenida”, o contato com Rosa é um privilégio:  “É um prazer interagir com Rosa Magalhães porque, afinal de contas, ela transita entre o letrado e o popular, o acadêmico e o ancestral. (…) Por isso eu disse, em meu discurso, que ela é ecumênica porque ela está aberta para o mundo e, onde houver a presença humana, lá Rosa estará”. Por sua enorme contribuição, Rosa Magalhães é uma representação da cultura popular brasileira. Agora, reconhecida também pela Uerj.

Diretamente do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Paula Freitas.

Foto:  Daniel B. Luz