Economia, sustentabilidade e inovação foram os temas do terceiro dia do ciclo de encontros Uerj com RJ. Os participantes debateram sobre a relação entre o turismo e a biodiversidade, a elaboração do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil, a bioeconomia como alternativa econômica e as mudanças climáticas nas cidades.

Clara Lemos, professora do Departamento de Turismo do Instituto de Geografia da Uerj, destacou que o turismo pode ser uma opção econômica para as comunidades que vivem em áreas de proteção ambiental.

Muitas delas sofrem com as restrições das normas de conservação. A legislação impõe uma série de restrições para que essas comunidades não possam explorar diretamente esses recursos. Então elas podem trabalhar o turismo como uma alternativa econômica, permanecendo nesses territórios, sendo aliadas de projetos de conservação e prestando serviços turísticos para visitantes que queiram fazer uma visitação qualificada e que de fato sejam aliados dos projetos de conservação.

Francisco Dourado, professor na Faculdade de Geologia da Uerj, explicou a participação da universidade na elaboração do Plano Nacional de Proteção e Defesa Civil.

A Uerj faz parte de um conjunto de universidades, capitaneadas pela PUC-Rio, que fizeram uma proposta para a secretaria nacional de Defesa Civil. Cada uma dessas universidades ficou responsável por um produto a ser entregue. A Uerj ficou responsável pelos produtos de mapeamento. A gente identificou os principais problemas que podem ocorrer em relação a desastres naturais no Brasil.

A professora Renata Angeli, da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde da Uerj, explicou que uma das contribuições da bioeconomia para o país é a transição da matriz energética. Segundo a pesquisadora, o Brasil é o segundo maior produtor de biocombustível do mundo, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. Além do setor energético, a bioeconomia contribui também para a substituição de produtos do cotidiano.

Qualquer produto químico pode ser substituído por um bioproduto, trocando fontes não renováveis por fontes renováveis. Você pode fazer um copo de biomassa de mandioca, por exemplo. A cadeia é sustentável, ela não acaba e ainda consegue diminuir a poluição e o aquecimento global.

Victor Azevedo, engenheiro de computação formado pela Uerj, lista as medidas necessárias para reduzir o impacto das mudanças climáticas nas cidades.

Você precisa de um conjunto de operadores que estejam preparados para diminuir os impactos dessas chuvas. Tanto de forma preventiva, alertando com antecedência à população, quanto de forma reativa, para diminuir os efeitos daquela chuva. Mas também tem um engajamento da população. Isso é super importante. Acho que tem que ter medidas educacionais que mostrem para a população a importância do engajamento e principalmente da percepção do risco.

O Uerj com RJ ocorreu dos dias 16 a 20 de outubro no Teatro Noel Rosa, localizado no campus Maracanã da Uerj. O evento foi organizado pela Diretoria de Comunicação Social da Uerj (Comuns) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj e com apoio de Diedro Barros, Eduardo de Souza.