Fazer a comunicação da ciência, principalmente após a pandemia de Covid-19, que levantou diversas contestações sobre a área, foi o tema do quarto dia do Uerj com RJ. O encontro, organizado pela Diretoria de Comunicação Social da Universidade, teve como principal proposta refletir sobre as iniciativas acadêmicas voltadas para a popularização dos saberes científicos.

Um dos convidados para dialogar sobre o assunto foi o professor Gelsom Rozentino, diretor do Ecomuseu Ilha Grande, que esclareceu sobre a expansão da unidade para as redes por meio da comunicação, sem reduzir a riqueza de conhecimentos produzidos pelo local.

“É exatamente a partir dessa realidade do território que a gente se preocupou em levar a complexidade daquela comunidade e a biodiversidade de lá para as pessoas fora dali, para que elas pudessem conhecer a dimensão do lugar através das redes sociais… Então a comunicação, para o Ecomuseu Ilha Grande, se tornou algo central. Justamente, porque é uma forma da gente estabelecer esse diálogo. Não é simplesmente divulgar projetos e eventos, é estabelecer um lugar de trocas; vamos divulgar e comunicar sim o que está acontecendo, mas é para as pessoas entrarem em contato conosco e conhecer um pouco mais do que realizamos”, aponta Rozentino.

A professora Hellen Beiral, da Faculdade de Formação de Professores da Uerj, a FFP, apresentou a “Colônia de Férias Futuros Cientistas: encontro entre universidade, escola e comunidades”, um projeto gratuito, que acontece duas vezes por ano, contemplando crianças entre 5 e 12 anos. Hellen ressaltou que a ação deixa um legado de aprendizado tanto para a educação básica, quanto para os estudantes de licenciatura da FFP.

A professora Hellen Beiral, da Faculdade de Formação de Professores da Uerj, a FFP, apresentou a “Colônia de Férias Futuros Cientistas: encontro entre universidade, escola e comunidades”, um projeto gratuito, que acontece duas vezes por ano, contemplando crianças entre 5 e 12 anos. Hellen ressaltou que a ação deixa um legado de aprendizado tanto para a educação básica, quanto para os estudantes de licenciatura da FFP.

O professor Ney Mello, do Instituto de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira (CAp-Uerj) e também produtor e apresentador do programa “Rádio Animal”, veiculado pela Rádio Roquette Pinto, explicou sobre o forte poder educador do rádio e como ele usa esse recurso para transmitir conteúdos de biologia animal.

“A contribuição da Rádio Animal como um programa de radioeducação e popularização da ciência vai muito além de usar isso nas salas de aula, nas graduações. Ela unifica a divulgação científica, porque muitas informações que a gente conta vem da Universidade e a gente consegue traduzir tudo ao público leigo por meio de grandes histórias. Então a gente tem qualquer tipo de público carregando curiosidades, sem sentir que são de grupos de pesquisa e, assim, essas informações vão sendo pulverizadas e democratizadas”, enfatiza Ney Mello.

O jornalista e relações públicas Jorge Duarte, da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), reforçou o caráter fundamental de uma equipe de comunicação dentro das organizações e contou como foi a elaboração do Manual de Comunicação da Embrapa.

“Foram convidados a participar pessoas de RH, de Tecnologia e de vários setores, de um total de 250 pessoas participando. Foi um processo longo, durou cerca de 6 meses a 1 ano, em que se estabeleceu uma espécie de rascunho que foi discutido e aperfeiçoado. Mas, ao final, podemos dizer que ele era uma política de comunicação da empresa em que todas as áreas tiveram participação e eram corresponsáveis”, elucida Duarte.

A mediadora do debate, Ana Cláudia Theme, jornalista e Diretora de Comunicação Social da Uerj, falou sobre os desafios de se fazer comunicação da ciência em tempos de fake news. “Na verdade eu acho que o mundo vive um momento de muitos questionamentos da comunicação, da imprensa como fonte confiável de informação, da ciência como capaz de apontar soluções, das instituições públicas de modo geral, das universidades. Então, tudo isso traz elementos complicadores para essa equação de fazer comunicação, mas, não tem outra saída. Quanto mais comunicação tivermos, mais conseguiremos enfrentar isso”, reflete a Diretora.

Além disso, Ana Cláudia adiantou sobre o desenvolvimento de um novo projeto pela Comuns, a Mirabilis, que consiste em uma rede multidisciplinar de divulgação científica que tem o intuito de favorecer a troca de experiências entre a academia e a sociedade.

O Uerj com RJ aconteceu entre os dias 16 e 20 de outubro, no Teatro Noel Rosa, com apoio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj). O evento também contou com lançamento do livro “Uerj com RJ – Ciência, Tecnologia e Inovação: Propostas para o Rio de Janeiro pós-pandemia”, que reúne, em formato impresso e digital, artigos de cada um dos palestrantes. A publicação pode ser baixada gratuitamente no site uerjcomrj.uerj.br.

Com colaboração de Cristina Lameira, do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Lorenna Rocha.