O Departamento de Acolhida, Saúde Psicossocial e Bem-Estar (Daspb), ligado à Pró-reitoria de Políticas e Assistência Estudantis (PR-4), promoveu nos dias 4 e 5 de outubro, a IV Mostra de Práticas de Cuidado, Saúde e Bem-estar do Estudante. O evento tem o objetivo de debater os desafios para a permanência no ensino superior, abordando as questões que permeiam a sociedade e, consequentemente, interferem no cotidiano acadêmico.
A mostra acontece anualmente desde a formação do departamento, que aconteceu em 2020, frente ao cenário da pandemia de Covid19. De acordo com a professora Rachel Alonso, diretora do Daspb, um trabalho por meio de setores especializados para o acolhimento dos alunos já vem sendo feito. O Acolhe, que é voltado para oferta de atividades que promovam e cuidem da saúde mental da comunidade discente; o Chega Mais, que é uma ação de escuta dos estudantes de graduação e pós-graduação; e também a coordenadoria Rompendo Barreiras, que é destinada ao atendimento de alunos com deficiência e neuro atípicos. A diretora Rachel explica que, com base nas demandas apresentadas por eles, o evento é formulado e busca criar iniciativas para reparar os problemas relatados.
“E a proposta é, justamente, a gente trazer pra esse espaço de discussão coletiva, temas que chegam pra gente no nosso departamento. Então a gente tem uma mesa que vai discutir maternidade; outra mesa de gênero também que vai acontecer amanhã e vai discutir questões LGBTQIA +; enfim, um filme e uma oficina que vai tratar de questões raciais”, explica Alonso.
Na Conferência de Abertura, cujo tema foi a “Saúde Mental na Contemporaneidade e seus Atravessamentos na Vida Universitária”, a palestrante e professora de saúde mental e psicologia médica, da Faculdade de Ciências Médicas da Uerj, Manuela Rodrigues, esclareceu que a universidade deve ter um pensamento prioritário com os alunos. Mas, ao mesmo tempo, ter o senso de comunidade considerando as diferenças e especificidades de todos os atores que a compõem. As estratégias de cuidado devem ser planejadas de forma ampla, firmando conexões com agentes externos de outras áreas sociais além da saúde.
“Então é uma coisa interna de nos pensar como comunidade cuidando uns dos outros e uma coisa para fora também. Que parcerias a gente pode estabelecer com o nosso entorno, com o nosso território, com a nossa cidade e com o nosso Estado para que nossos alunos e profissionais sejam recebidos ? E para que a gente também possa oferecer uma contribuição para a cidade e para os parceiros fora da universidade”, pontua a especialista.
Além disso, a Uerj é pioneira na implementação do sistema de cotas no ensino superior brasileiro e possui um dos maiores programas de assistência estudantil do território nacional. Segundo a vice-reitora em exercício e pró-reitora de Políticas e Assistência Estudantis, Catia Antonia da Silva, esse diálogo é muito importante para a universidade, pois tem proporcionado valiosas trocas de conhecimento entre especialistas da instituição e fora dela.
“Essa reflexão contribui para pensar as ações que nós precisamos desenvolver e melhorar… Essas mostras têm sido muito bem sucedidas porque tem, tanto fala dos professores, pesquisadores e técnicos internos da universidade, como também especialistas e analistas externos à universidade, né”, comenta a pró-reitora.
Com colaboração de Thalyta Mitsue, do Rio de Janeiro para a Rádio Uerj, Lorenna Rocha.