O dia 28 de agosto foi muito importante para a comunidade uerjiana. A Universidade Aberta da Terceira Idade (UnATI) comemorou 30 anos. Idealizado pelo professor Américo Piquet Carneiro, o programa foi fundado em 1993, com a missão de ser um centro de excelência, no qual o ensino, pesquisa, extensão, debates e assistências estão voltados às questões inerentes ao envelhecimento humano.

Às vésperas de seu trigésimo aniversário, no dia 21 de julho, o Conselho Universitário aprovou, por unanimidade, a transformação da UnATI em Núcleo de Envelhecimento Humano (NEH). A medida garante maior autonomia à entidade, permitindo a ampliação dos serviços prestados. O diretor da UnATI, Renato Veras, fala sobre a importância do projeto.

“A grande característica desse projeto era ser muito ousado. Aquela ideia do velhinho no cantinho, a gente faz exatamente o contrário. Com muitas atividades, chegamos a ter 50, 60 atividades para os idosos. Nós temos um ambulatório muito qualificado. Todo mundo da UnATI tem pelo menos uma pós-graduação. Eu cheguei a ter um tempo que tinha quatro doutoras no ambulatório, as quatro com doutorado. Eu até falei, nem no Einstein, em São Paulo, em um ambulatório, você consegue tanta qualidade assim.”, afirma Renato Veras.

O reitor em exercício, professor Lincoln Tavares Silva, também comentou o papel da UnATI na Uerj e, principalmente, no cuidado ao idoso.

“A Uerj que foi pioneira em cotas, pioneira recebendo alunos trabalhadores, também foi pioneira nesse trabalho com adultos e idosos inserindo-os no campo de conhecimento, nas atividades de extensão, na ciência, na tecnologia, na assistência e a UnATI, desde a sua criação tem ampliado, não só o campo da cultura, mas eu diria que a perenidade, a longevidade da vida da população do estado do Rio de Janeiro, e porque não do Brasil”, destaca Lincoln Silva.

Os desafios psicológicos da velhice são constantes e a UnATI se mostra um local seguro e capaz de auxiliar idosos a lidar com essas dificuldades. Aluna da Oficina de Canto Coral da UnATi, Maria Helena da Silva, de 71 anos, conta como o convívio social pode beneficiar a saúde mental.

“Você enquanto idoso e que quase sempre vai ficando órfão das pessoas que estão ao teu redor, essas coisas acabam comprometendo a parte mental do idoso. A princípio você não percebe que, quando alguém morre, você não chora por ele, você chora pela tua orfandade. E quando você participa de um grupo, principalmente um grupo cantante, você esquece um pouco dessas perdas, dessa coisa que mexe muito, que tira o tapete debaixo do pé da gente.”, relata Maria Helena.

Desde 1993, a Universidade Aberta da Terceira Idade transforma e melhora vidas, traz alegria, amizade e propósito para o cotidiano de seus alunos. Parabéns a todos que fazem parte desse núcleo de excelência. Parabéns UnATI! Que venham mais 30 anos!

Com colaboração de Guilherme Rezende, do Rio de Janeiro para a Rádio UERJ, Eduardo de Souza.